O que fazer quando a empresa está em risco de falência?

A falência de uma empresa é um dos principais temores de qualquer empreendedor, pois pode representar não apenas a perda do negócio, mas também da principal ou única fonte de renda. Além disso, a rotina dos funcionários também depende da saúde financeira da empresa. Existem diversos cenários que podem levar uma empresa à falência, como a crise econômica, alta concorrência no mercado e gestão ineficiente. No entanto, é possível reverter esse quadro negativo e devolver saúde financeira ao negócio através de estratégias eficientes de recuperação judicial e falências.

Advogado empresarial

Principais pontos-chave:

  • Entender os sinais de alerta de uma empresa em risco de falência
  • Conhecer as opções legais, como a recuperação judicial e a concordata
  • Adotar estratégias para reestruturar as finanças e evitar o encerramento das atividades
  • Ficar atento à legislação falimentar e aos requisitos para solicitar a recuperação judicial
  • Buscar orientação de especialistas, como advogados da área, para navegar nesse processo

Como identificar se a empresa está em risco de falência?

Um dos principais sinais de que a empresa está em risco de falência é a falta de lucros e fluxo de caixa negativo. Isso significa que a empresa não está conseguindo gerar recursos suficientes para cobrir suas despesas e realizar os pagamentos necessários. É fundamental organizar as finanças, separar as contas pessoais das empresariais e criar um planejamento financeiro para entender a real situação da empresa e tomar as medidas necessárias.

Insatisfação dos clientes e NPS baixo

Outro sinal de alerta é a insatisfação dos clientes e um NPS (Net Promoter Score) baixo. Isso indica que os clientes não estão satisfeitos com os produtos ou serviços oferecidos e podem estar buscando alternativas na concorrência. É importante monitorar constantemente a satisfação dos clientes, investir em melhorias no atendimento e no portfólio de produtos/serviços para se manter competitivo no mercado.

Falta de competitividade e diferenciação

A falta de competitividade e diferenciação também pode ser um indicador de que a empresa está em risco de falência. Sem um diferencial claro que a destaque no mercado, a empresa pode passar despercebida pelos clientes, que estarão sempre buscando melhores opções. É importante analisar os concorrentes, identificar seus pontos fracos e fortes e desenvolver estratégias que tragam vantagem competitiva para a sua empresa.

“Em caso de falência, os sócios e acionistas podem perder seu patrimônio, sendo importante buscar medidas de reestruturação financeira para evitar esse desfecho.”

– Leonardo Roesler, especialista em direito empresarial e tributário.

Recuperação judicial e falências: Opções legais

Quando uma empresa enfrenta uma grave crise financeira e não consegue mais cumprir com suas obrigações, existem duas alternativas legais disponíveis: a recuperação judicial e a falência. Essas opções são regidas pela Lei de Recuperação Judicial e Falência, também conhecida como Lei 11.101/05, que estabelece os mecanismos e procedimentos a serem seguidos.

O que é concordata e falência?

A recuperação judicial é um processo em que a empresa entra em um período de moratória, ou seja, tem um prazo estendido para pagar suas dívidas. Durante esse período, as execuções contra a empresa são suspensas, dando a oportunidade de implementar um plano de reestruturação e negociar com os credores. Já a falência é um processo judicial em que a empresa é considerada insolvente e seus bens são vendidos para quitar os credores.

Requisitos para pedir recuperação judicial

Para solicitar a recuperação judicial, a empresa precisa apresentar sua situação patrimonial, os motivos da crise financeira e um plano detalhado de recuperação do negócio. Esse plano será avaliado pelo juiz, que decidirá se o pedido é procedente. Caso aprovado, a empresa entra em um período de execução, em que apresenta o plano de reestruturação, que será julgado ao longo do médio a longo prazo.

  • A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido, relativo ao mesmo devedor.
  • A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implicam a suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime da Lei nº 11.101.
  • A suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência ocorre após a decretação da falência ou deferimento do processamento da recuperação judicial.
recuperação judicial

É importante ressaltar que existem situações em que a empresa não está sujeita à Lei 11.101/05, como no caso de empresas públicas, instituições financeiras e cooperativas de crédito. Nesses casos, a legislação específica para cada setor deve ser consultada.

Estratégias para evitar a falência da empresa

Quando uma empresa enfrenta dificuldades financeiras, é fundamental agir rapidamente para evitar a falência. Uma das primeiras medidas a serem tomadas é organizar as finanças da empresa e cortar despesas desnecessárias.

Organizar as finanças e cortar despesas

Começe por organizar o fluxo de caixa, separar as finanças pessoais das empresariais e entender a real situação financeira do negócio. Em seguida, identifique oportunidades de redução de custos, como trocar fornecedores por opções mais vantajosas ou rever a estrutura de colaboradores, sempre com cautela para não prejudicar a operação.

Renegociar dívidas e buscar novos recursos

Outra estratégia importante é renegociar as dívidas da empresa, priorizando as mais urgentes e buscando prazos e condições melhores junto aos credores. Além disso, é possível recorrer a instituições financeiras para obter linhas de empréstimos e financiamentos, ou até mesmo antecipar recebíveis, o que não representa uma nova dívida e pode trazer capital de giro para a empresa.

Repensar estratégias e investir em gestão eficiente

Por fim, é preciso repensar as estratégias de negócio, buscando novas fontes de receita, otimizando a precificação e investindo em soluções tecnológicas que automatizem e agilizem a gestão financeira da empresa. Um planejamento financeiro bem estruturado, com o apoio de uma contabilidade especializada, é fundamental para monitorar a saúde do negócio e tomar as decisões certas para evitar a falência.

“A boa gestão financeira é essencial, monitorando o fluxo de caixa, reduzindo custos e buscando fontes de financiamento para prevenir desequilíbrios financeiros.”

Conclusão

Diante de um cenário de risco de falência, é essencial agir rapidamente para reverter a situação. Organizar as finanças, renegociar dívidas, buscar novos recursos e repensar as estratégias de negócio são algumas das principais ações que podem salvar a empresa de fechar as portas. Com planejamento, gestão eficiente e o apoio de especialistas, é possível superar a crise e devolver a saúde financeira ao negócio.

Apesar dos desafios, a Lei de Recuperação Judicial e Falências no Brasil oferece alternativas para empresas em dificuldades. Desde 2005, com a promulgação da Lei 11.101, e mais recentemente com as atualizações da Lei 14.112/20, os processos de recuperação judicial e falência têm sido regulamentados e aprimorados, proporcionando caminhos legais para a reestruturação das empresas.

É fundamental que os empresários estejam atentos aos prazos, procedimentos e requisitos estabelecidos pela legislação, a fim de garantir o melhor desfecho possível para seus negócios. Com o apoio de profissionais qualificados, é possível navegar com segurança pelos trâmites jurídicos e encontrar soluções que preservem a continuidade das atividades e os interesses dos credores.

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