Mesmo que você esteja pagando o aluguel em dia, existem certas situações em que você pode estar sujeito a ações de despejo. A Lei do Inquilinato nº 8.245/91 estabelece os motivos legais para o despejo de inquilinos, como infrações contratuais, inadimplência, mudança de destinação da locação e desrespeito às normas condominiais. Entender seus direitos e as situações em que o despejo é ilegal é fundamental para se proteger legalmente.

Principais ideias-chave:
- A Lei do Inquilinato regula os direitos e deveres de locadores e inquilinos
- Existem motivos legais para o despejo, como infrações contratuais e inadimplência
- Mesmo pagando o aluguel em dia, o inquilino pode estar sujeito a ações de despejo
- Entender os direitos e as situações de despejo ilegal é crucial para se proteger legalmente
- O processo de despejo por falta de pagamento normalmente não acontece com apenas um dia de atraso no aluguel
O que diz a lei sobre despejo de inquilinos?
A Lei do Inquilinato nº 8.245/91 é a principal legislação que rege os direitos e deveres de locadores e inquilinos no Brasil, incluindo as situações em que o despejo é permitido. Esta lei estabelece regras claras sobre os motivos válidos para o despejo de inquilinos, visando proteger tanto os interesses dos proprietários quanto dos inquilinos.
Motivos comuns para o despejo de inquilinos
De acordo com a Lei do Inquilinato, os motivos mais comuns para o despejo de inquilinos incluem:
- Infrações contratuais, como realizar mudanças estruturais sem autorização do proprietário
- Inadimplência de aluguel ou taxas condominiais
- Mudança de destinação do imóvel alugado, como transformar um imóvel residencial em comercial
- Desrespeito a normas condominiais, como barulho excessivo ou danos às áreas comuns
Além disso, o despejo também pode ocorrer em casos de reparações urgentes feitas pelo Poder Público no imóvel, impossibilitando a permanência do inquilino.
“A Lei do Inquilinato permite a concessão de liminar para desocupação em quinze dias, mediante caução equivalente a três meses de aluguel.”
É importante ressaltar que, antes do despejo, a lei prevê notificações e tentativas de negociação das dívidas ou irregularidades. Apenas após esse processo, o proprietário poderá dar início ao processo judicial de despejo, seguindo os procedimentos legais estabelecidos.
Ações de despejo: Situações em que o inquilino não pode ser despejado
Embora a Lei do Inquilinato preveja diferentes cenários em que o despejo é permitido, existem casos em que o inquilino não pode ser forçado a deixar o imóvel, mesmo estando em débito. É importante compreender esses direitos, pois eles podem proteger os inquilinos contra ações de despejo injustas ou ilegais.
Quando a ordem de despejo é ilegal?
Uma ordem de despejo pode ser considerada ilegal se não houver justificativa válida para a necessidade de deixar o imóvel ou se o inquilino tiver quitado os débitos pendentes. Nesses casos, o inquilino tem o direito de permanecer no imóvel, evitando ações de despejo indevidas.
Casos de desemprego e doenças do inquilino
Além disso, o desemprego ou doenças do inquilino não são, por si só, motivos para o despejo, desde que o inquilino esteja em dia com o pagamento do aluguel. Nesses cenários, a proteção contra despejo é essencial para garantir a segurança dos direitos dos inquilinos.
“A contratação de um advogado especializado em direito imobiliário pode ser crucial para proteger os interesses do inquilino em casos de despejo injustificado.”
É importante que os inquilinos estejam cientes de seus direitos e busquem assistência jurídica sempre que enfrentarem ameaças de ordem de despejo ilegal. Dessa forma, eles podem garantir a proteção contra despejo e preservar sua moradia, mesmo em momentos difíceis.

Processo de despejo por inadimplência
O despejo de um inquilino inadimplente é realizado por meio de uma ação judicial de despejo. Esse processo envolve a cobrança dos débitos em atraso, que vão além do simples aluguel, incluindo também despesas como IPTU, taxas condominiais, água, luz e demais pagamentos previstos no contrato de locação.
Etapas para o despejo por falta de pagamento
- O locador deve apresentar uma petição inicial, contendo informações como a qualificação das partes, os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o pedido principal e o pedido secundário.
- Para obter a liminar de despejo, o locador deve demonstrar a falta de pagamento do aluguel e acessórios da locação nos prazos correspondentes, além de prestar caução no valor equivalente a três meses de aluguel.
- O locatário tem um prazo de 15 dias para desocupar o imóvel após a intimação decorrente da liminar de despejo. Caso não o faça, um mandado de despejo forçado pode ser emitido com apoio policial, se necessário.
- O locatário pode apresentar contestação, alegando matérias de defesa, como a quitação da dívida, compensação com créditos contra o locador ou retenção do aluguel devido a defeitos no imóvel.
- Após a sentença do processo, o inquilino pode ter até 30 dias para sair do imóvel, se não houver sido concedida liminarmente.
A Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) é a legislação específica que regula os contratos de locação de imóveis, incluindo os casos de despejo por inadimplência.
“O processo de despejo por falta de pagamento se inicia com a petição inicial do locador, que deve conter informações como a qualificação das partes, os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o pedido principal, o pedido secundário, entre outros elementos.”
Conclusão
Embora a Lei do Inquilinato permita o despejo em diversas situações, é importante que os inquilinos estejam atentos aos seus direitos. Mesmo com o aluguel em dia, existem casos em que o despejo é considerado ilegal, como quando a ordem de despejo não possui justificativa válida ou quando o inquilino está em situação de vulnerabilidade, como desemprego ou doenças.
Conhecer as etapas do processo de despejo e as condições que podem impedi-lo é fundamental para se proteger legalmente e evitar transtornos desnecessários. A contratação de um advogado especializado na área de locação imobiliária pode ser crucial nesse processo, orientando sobre os direitos e os procedimentos adequados.
Em resumo, embora a lei permita o despejo em diversas situações, é importante ficar atento aos próprios direitos, às etapas do processo e às possibilidades de evitar o despejo. Dessa forma, os inquilinos podem se resguardar e buscar uma solução que evite conflitos e transtornos desnecessários.

Links de Fontes
- https://blog.townsq.com.br/legislacao/inquilino-nao-pode-ser-despejado/
- https://www.spimovel.com.br/blog/com-quanto-tempo-de-aluguel-atrasado-o-inquilino-pode-ser-despejado/2750/
- https://rafaelcassio.com.br/blog/noticias/quando-o-inquilino-nao-pode-ser-despejado/
- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm
- https://jaadv.com.br/blog/acao-de-despejo
- https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/08/01/como-funciona-uma-ordem-de-despejo-saiba-o-que-diz-a-lei.htm
- https://advogadosass.com.br/quando-o-inquilino-nao-pode-ser-despejado/
- https://vieirabraga.com.br/quem-nao-pode-ser-despejado/
- https://www.sistemadelocacaodeimoveis.com.br/blog/dicas-e-guias-para-imobiliarias-corretores/10-perguntas-respostas-sobre-acao-de-despejo
- https://advocaciareis.adv.br/blog/acao-de-despejo-por-falta-de-pagamento/
- https://epd.edu.br/blog/como-funciona-a-acao-de-despejo-por-falta-de-pagamento/
- https://www.avalyst.com.br/blog/como-lidar-com-a-inadimplencia-em-locacoes-e-evitar-a-acao-de-despejo/
- https://www.alude.com.br/blog/acao-de-despejo
- https://www.galvaoesilva.com/blog/direito-imobiliario/acao-de-despejo/
- https://unisantacruz.edu.br/revistas-old/index.php/JICEX/article/view/1668/1300