Qual a diferença entre falência e recuperação extrajudicial?

A falência e a recuperação extrajudicial têm papéis cruciais na administração de crises financeiras enfrentadas por empresas. Enquanto a falência, regida pela legislação de falência, busca liquidar os ativos de uma empresa devedora para pagar seus credores, a recuperação extrajudicial se apresenta como uma alternativa, permitindo que a empresa renegocie suas dívidas diretamente com os credores, sem recorrer ao sistema judiciário. Esta escolha é fundamental, pois garante a continuidade das operações e proteção dos direitos dos credores. É importante considerar as especificidades de cada uma dessas opções para determinar qual caminho é mais viável, levando em conta o estado financeiro da empresa em falência e o potencial de recuperação.

Advogado falimentar

Principais considerações

  • A falência visa liquidar os ativos da empresa para pagar credores.
  • A recuperação extrajudicial permite renegociar dívidas sem processos judiciais.
  • A legislação de falência regula ambos os processos sob a Lei 11.101/2005.
  • A escolha entre falência e recuperação depende da situação financeira da empresa.
  • Importância de consultar um advogado de falência para orientações específicas.

O que é falência?

A falência é uma situação crítica enfrentada por indivíduos e empresas quando se tornam incapazes de saldar suas dívidas. Esse estado pode ser o resultado de diferentes fatores, levando a uma série de consequências importantes. Para entender plenamente o que é falência, é fundamental analisar sua definição e a legislação que a regula no Brasil.

Definição e legislação

De acordo com a legislação de falência, especialmente a Lei nº 11.101/2005, a falência é decretada quando uma empresa não tem ativos suficientes para honrar suas obrigações financeiras. O pedido de falência pode ser feito tanto pelo devedor como por seus credores, especialmente quando a dívida é superior a 40 salários mínimos. A legislação de falência estabelece um procedimento de falência, que envolve três etapas: o pedido de falência, a decretação da falência e a fase pós-falência.

Consequências da falência

As consequências da falência são significativas e afetam não apenas a empresa, mas também seus sócios. A liquidação dos ativos se torna necessária para pagamentos a credores, e as atividades empresariais são suspensas. O advogado de falência desempenha um papel essencial nesse contexto, orientando tanto os devedores quanto os credores durante todo o processo. Além disso, em casos de falência pessoal, os bens pessoais do devedor podem ser afetados dependendo das circunstâncias financeiras envolvidas.

Falência

Recuperação extrajudicial: alternativa à falência

A recuperação extrajudicial é uma solução que oferece às empresas em falência uma forma de reestruturar suas dívidas sem a necessidade de um processo judicial mais complexo. Introduzida pela Lei nº 11.101/2005, essa modalidade permite que as empresas negociem diretamente com seus credores, buscando acordos que viabilizem sua recuperação financeira.

Definição e processo

O processo de recuperação extrajudicial começa com a elaboração de um plano de pagamento que deve ser aceito pela maioria dos credores. Para que este plano seja homologado judicialmente, é necessária a aprovação de pelo menos 60% dos credores. O advogado de falência desempenha um papel crucial, auxiliando na negociação e na formalização do acordo. Ao contrário de como declarar falência, que envolve um processo mais rígido e prolongado, a recuperação extrajudicial se destaca pela agilidade e pela redução de custos.

Vantagens e desvantagens

As vantagens da recuperação extrajudicial incluem:

  • Menor burocracia, permitindo um processo mais rápido;
  • Menores custos se comparados ao processo judicial;
  • Manutenção do controle administrativo pela empresa;
  • Possibilidade de negociar de forma mais flexível com os credores.

Por outro lado, essa modalidade apresenta desvantagens. A exclusão de determinados credores, especialmente os trabalhistas, é um risco. Além disso, se o acordo não for aceito, a empresa pode enfrentar ações imediatas dos credores, o que pode comprometer sua situação financeira. A recuperação extrajudicial é uma opção válida, especialmente para empresas que mantêm boas relações com seus credores e têm potencial para se reerguer.

As pessoas também perguntam:

O que é recuperação extrajudicial?

A recuperação extrajudicial é um processo no qual uma empresa endividada tenta reestruturar suas finanças e evitar a falência, sem recorrer ao judiciário. Nesse procedimento, a empresa firma um acordo com seus credores para renegociar as dívidas, prazos e condições de pagamento. O processo é conduzido diretamente entre a empresa e os credores, com a ajuda de um administrador ou consultor, e não envolve a intervenção de um juiz, ao contrário da recuperação judicial. A recuperação extrajudicial exige que a empresa tenha a aprovação da maioria dos credores, com um percentual mínimo de 60% de aprovação.

Qual a vantagem da recuperação extrajudicial?

A principal vantagem da recuperação extrajudicial é que ela permite que a empresa reestruture suas dívidas sem precisar recorrer ao judiciário, o que pode ser mais rápido e menos custoso do que a recuperação judicial. Além disso, o processo tende a ser mais flexível, já que as negociações são diretamente entre a empresa e seus credores, com menos formalidades. A recuperação extrajudicial também preserva a imagem da empresa, pois evita o estigma de um processo judicial e pode ser mais vantajosa para as partes envolvidas, já que as condições de pagamento podem ser mais negociáveis.

Quanto tempo dura uma recuperação extrajudicial?

A recuperação extrajudicial geralmente tem um prazo de 60 dias para ser concluída, conforme a Lei de Recuperação de Empresas (Lei 11.101/2005). Durante esse período, a empresa deve negociar com seus credores e formalizar um plano de recuperação. Se não houver acordo, a empresa poderá ter que recorrer à recuperação judicial. No entanto, esse prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias, caso haja necessidade de mais tempo para a negociação ou ajustes no plano.

Conclusão

Tanto a falência quanto a recuperação extrajudicial são ferramentas jurídicas cruciais para enfrentar as dificuldades financeiras que uma empresa pode enfrentar. A falência, muitas vezes, é o último recurso, levando à liquidação total da empresa, tornando-se um processo complexo que envolve a avaliação detalhada de ativos e passivos. Quando a soma das obrigações não pagas ultrapassa 40 salários-mínimos, conforme o artigo 94 da Lei 11.101/2005, a insolvência presume-se, e a situação se torna delicada.

Por outro lado, a recuperação extrajudicial oferece uma solução mais ágil e menos traumática, permitindo que as empresas busquem reorganização sem a necessidade de se submeter às complicações da falência. A nova legislação, revisada pela Lei n. 14.112/2020, trouxe mudanças significativas que beneficiam as empresas em recuperação, como a proibição da retenção de bens essenciais e a possibilidade de audiências de conciliação, oferecendo um caminho viável para reestabelecer a saúde financeira.

Diante desses dois cenários, contar com o suporte de um advogado de falência qualificado é essencial para que as empresas façam a escolha adequada conforme suas necessidades específicas. Um profissional especializado pode guiar as empresas em falência ou em busca de recuperação sobre as melhores estratégias e opções, garantindo que a satisfação dos credores e a continuidade das operações sejam priorizadas.

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