A Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, é o principal instrumento legal no Brasil que estabelece as sanções administrativas e penais para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, incluindo o desmatamento em áreas de preservação. Segundo a lei, destruir, danificar ou utilizar florestas de preservação permanente sem autorização pode acarretar em penas de detenção de 1 a 3 anos e multa. Já o desmatar ou explorar economicamente florestas nativas ou plantadas em terras públicas ou devolutas sem permissão pode resultar em reclusão de 2 a 4 anos, além de multa. A lei também prevê a apreensão dos produtos e instrumentos da infração, assim como medidas restritivas de direitos e prestação de serviços à comunidade como sanções.

Principais aprendizados
- A Lei de Crimes Ambientais estabelece sanções administrativas e penais para desmatamento em áreas de preservação.
- Penas podem incluir detenção, multa, apreensão de produtos, medidas restritivas de direitos e prestação de serviços à comunidade.
- Empresas e indivíduos podem ser responsabilizados por crimes ambientais relacionados ao desmatamento.
- Fatores como gravidade da infração, conformidade com a lei e situação econômica do infrator são considerados na determinação das penalidades.
- Contestação de infrações administrativas e defesa jurídica são essenciais para evitar sanções excessivas.
Introdução
A proteção e preservação de áreas naturais é fundamental para a conservação ambiental e a manutenção da biodiversidade. No Brasil, a legislação estabelece diversos instrumentos legais para a criação e gestão de áreas protegidas, como as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a Reserva Legal. Essas áreas desempenham um papel crucial na gestão florestal, no reflorestamento, no ecoturismo e na educação ambiental.
Infelizmente, o desmatamento e a degradação dessas áreas ainda são problemas graves no país, comprometendo a biodiversidade e a prestação de serviços ecossistêmicos essenciais para a sociedade. Por isso, a legislação brasileira também estabelece sanções penais e administrativas para coibir essas práticas ilegais, visando garantir a proteção e preservação desses ambientes naturais protegidos.
Neste artigo, exploraremos as principais áreas protegidas no Brasil, as regras e sanções relacionadas ao seu desmatamento e degradação, além de discutir a importância da conservação ambiental e das políticas públicas ambientais para o país.
O escritório de advocacia Vieira Braga tem uma equipe de especialistas em direito ambiental que acompanha de perto as questões relacionadas à proteção e preservação de áreas no Brasil. Eles estão à disposição para orientar e assessorar indivíduos e empresas sobre o cumprimento da legislação ambiental e a adoção de práticas sustentáveis.
Proteção e preservação de áreas
O Código Florestal brasileiro (Lei nº 12.651/2012) é o principal instrumento de política pública para a proteção da vegetação nativa em terras privadas. Ele estabelece regras para a preservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal dentro das propriedades rurais.
Áreas de Preservação Permanente (APPs) e reserva legal
As APPs são áreas consideradas essenciais para a prestação de serviços ambientais, como proteção de recursos hídricos e estabilidade geológica, enquanto a Reserva Legal visa a conservação da biodiversidade e de remanescentes de vegetação nativa. Qualquer supressão de vegetação nessas áreas deve ser precedida de autorização do órgão ambiental competente.
- De acordo com a Lei n. 12.651/2012, as Áreas de Preservação Permanente (APP) são definidas como áreas protegidas, com ou sem vegetação nativa, destinadas a preservar recursos hídricos, paisagem, estabilidade geológica, biodiversidade, fluxo gênico de fauna e flora, proteção do solo e bem-estar das populações humanas.
- A Lei 12.651/2012 estabelece que é permitido continuar atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, desde que adotadas boas práticas de conservação do solo e água.
- A recomposição de categorias de APP em áreas consolidadas segue regras transitórias previstas na lei, com indicação de dimensões mínimas a serem recompostas para garantir a oferta de serviços ecossistêmicos associados.
Portanto, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a Reserva Legal desempenham um papel fundamental na proteção e preservação de áreas, contribuindo para a conservação ambiental, a gestão florestal e a manutenção da biodiversidade em todo o país.

Sanções penais e administrativas
A proteção e preservação de áreas é um pilar fundamental para a conservação ambiental e a manutenção da biodiversidade. Nesse contexto, a legislação brasileira prevê sanções penais e administrativas para coibir o desmatamento e a degradação de áreas protegidas, como as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a Reserva Legal.
A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) estabelece as principais punições para infrações relacionadas à gestão florestal e às unidades de conservação. Por exemplo, a destruição, o dano ou o uso não autorizado de florestas em áreas de preservação permanente pode resultar em uma pena de 1 a 3 anos de detenção, além de multa.
Já o desmatamento ou a exploração econômica ilegal de florestas nativas ou plantadas em terras públicas ou devolutas é considerado crime com pena de 2 a 4 anos de reclusão e multa. Outras sanções incluem a apreensão de produtos e instrumentos da infração, a interdição temporária de atividades, a prestação de serviços à comunidade e a proibição de contratar com o poder público.
Além das penalidades criminais, a legislação ambiental também prevê sanções administrativas para infrações como as relacionadas à poluição, ao ordenamento urbano e à administração ambiental. Essas sanções podem variar de advertência a multas, passando pela apreensão de animais e produtos, o embargo de obras e a suspensão de atividades.
É importante destacar que a responsabilidade ambiental no Brasil engloba as esferas administrativa, civil e criminal, podendo o infrator ser punido de forma cumulativa nessas diferentes áreas. Assim, a proteção e preservação de áreas é reforçada por um conjunto de políticas públicas ambientais que visam coibir e punir de maneira efetiva os danos causados ao meio ambiente.
Tipo de Infração | Sanção Penal | Sanção Administrativa |
---|---|---|
Destruição, dano ou uso não autorizado de APPs | 1 a 3 anos de detenção e multa | Advertência, multa, apreensão, interdição |
Desmatamento ou exploração ilegal de florestas | 2 a 4 anos de reclusão e multa | Multa, apreensão, embargo, suspensão de atividades |
Infrações contra a fauna, flora, poluição, ordenamento urbano e administração ambiental | Penas de privação de liberdade, restritivas de direitos, multas | Advertência, multa, apreensão, interdição, prestação de serviços |
“A responsabilidade ambiental no Brasil engloba as esferas administrativa, civil e criminal, podendo o infrator ser punido de forma cumulativa nessas diferentes áreas.”
Essa abordagem integrada de proteção e preservação de áreas, com a aplicação de sanções penais e administrativas, reforça o compromisso do Brasil com a conservação ambiental e a gestão florestal sustentável, visando garantir a biodiversidade e o ecoturismo em suas unidades de conservação. A educação ambiental e o fortalecimento das políticas públicas ambientais também desempenham um papel crucial nesse processo.
Conclusão
O desmatamento e a degradação de áreas de proteção e preservação de áreas são problemas graves que prejudicam a biodiversidade, os recursos naturais e a prestação de serviços ecossistêmicos essenciais. Por isso, a legislação brasileira estabelece sanções penais e administrativas para coibir essas práticas ilegais. Compreender as regras de proteção das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal, bem como as punições previstas em lei, é fundamental para promover a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais no Brasil.
Nesse contexto, a gestão florestal, a criação de unidades de conservação e o incentivo ao reflorestamento e ao ecoturismo são estratégias importantes para a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento de uma economia verde. Além disso, a educação ambiental e a participação da sociedade civil nas políticas públicas ambientais desempenham um papel crucial na promoção de uma cultura de respeito e preservação do meio ambiente.
Dessa forma, a atuação conjunta de órgãos governamentais, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), e a expertise de escritórios de advocacia especializados em direito ambiental, como a Vieira Braga Advogados, é essencial para garantir a efetiva aplicação da legislação e a proteção das áreas naturais protegidas no Brasil.

Links de Fontes
- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
- https://www.conjur.com.br/2022-mai-02/ambiente-juridico-regularizacao-desmatamentos-licenca/
- https://www.saesadvogados.com.br/2019/07/22/da-preservacao-a-proibicao-sancoes-em-prol-das-apps/
- https://snif.florestal.gov.br/pt-br/conservacao-das-florestass/183-areas-de-preservacao-permanente
- https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/diversos/aconservacaodanatureza.pdf
- https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/area-de-preservacao-permanente
- https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/27468-o-que-e-uma-area-de-preservacao-permanente/
- https://www.conjur.com.br/2018-set-15/sancoes-administrativas-ambientais/
- https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/
- https://brasilescola.uol.com.br/geografia/meio-ambiente.htm
- https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/preservacao-ambiental.htm