Redução de pena em crimes de tráfico de drogas

O Projeto de Lei 620/24 busca ampliar as exigências para que a pessoa condenada por tráfico de drogas tenha direito à redução de pena. Atualmente, a legislação prevê a possibilidade de redução de um sexto a dois terços do tempo de prisão quando o agente é réu primário, possui bons antecedentes e não atua em organizações criminosas nem é ligado a facções criminosas. O novo projeto também torna a posse de arma de fogo um crime autônomo em relação ao delito de tráfico de entorpecentes.

Advogado criminalista

Principais destaques

  • Novas exigências para redução de pena em crimes de tráfico de drogas
  • Posse de arma de fogo se tornará crime autônomo
  • Requisitos atuais para diminuição da pena: réu primário, bons antecedentes e não integração em organizações criminosas
  • Projeto de Lei 620/24 propõe endurecimento da legislação antidrogas
  • Combate ao narcotráfico e às rotas de tráfico com operações policiais

Requisitos para redução de pena em crimes de tráfico de drogas

De acordo com a Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), o réu acusado de tráfico de drogas pode receber uma redução de pena se cumprir determinados requisitos. Atualmente, o condenado deve ser reconhecidamente primário, possuir bons antecedentes e não se dedicar a atividades criminosas ou integrar organizações criminosas para ter direito a essa benesse.

Critérios atuais para obter redução de pena

Seguindo a previsão do § 4º do artigo 33 da Lei de Drogas, o réu primário, de bons antecedentes e que não se envolva em atividades criminosas ou organizações criminosas pode receber uma redução de pena de um sexto a dois terços. Essa é a legislação vigente no momento.

Novas exigências propostas pelo Projeto de Lei 620/24

  1. Não ter sido flagrado com quantidade de drogas que possa ser vendida a mais que três pessoas;
  2. Não portar arma de fogo;
  3. Não ter cometido o crime em local de atuação de facção criminosa;
  4. Não integrar associação para o tráfico de drogas.

Essas são as novas exigências propostas pelo Projeto de Lei 620/24, que buscam tornar a concessão da redução de pena ainda mais restrita no combate ao narcotráfico.

Tráfico de drogas

“A redução de pena no tráfico de drogas é um tema delicado e que deve ser analisado com cautela, pois envolve o equilíbrio entre a reinserção social do infrator e a necessidade de punir e coibir esse grave crime.”

Tráfico de drogas e associação ao tráfico

O tráfico de drogas e a associação ao tráfico são crimes que estão intimamente relacionados, porém possuem algumas particularidades em sua definição e punição. Entorpecentes ilícitos e organizações criminosas estão no centro dessa problemática, desafiando a legislação antidrogas e as operações policiais de combate ao narcotráfico.

De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a prisão por tráfico e as penas relacionadas ao tráfico não podem ser baseadas apenas na apreensão de drogas e na natureza, diversidade e quantidade do entorpecente ilícito. É necessário que outras circunstâncias do caso concreto demonstrem a dedicação do agente à atividade criminosa ou a sua integração a organizações criminosas.

Quanto à associação ao tráfico, as penas previstas são de reclusão de 3 a 10 anos e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. Esse crime não precisa ser reiterado para ser configurado, bastando a união estável de pessoas para organizar operações de tráfico de drogas. Importante destacar que a associação ao tráfico não é considerada crime hediondo.

Portanto, a atuação de Vieira Braga Advogados é essencial no enfrentamento dos desafios relacionados ao tráfico de drogas e à associação ao tráfico, buscando a redução de pena com base nas peculiaridades de cada caso e na jurisprudência dos tribunais superiores.

“A mera menção a elementos inerentes ao crime de tráfico não é suficiente para afastar a causa de diminuição de pena.”

Conclusão

A legislação brasileira possui dispositivos específicos para o tratamento de crimes relacionados ao tráfico de drogas e associação para esse fim. A pena prevista para a associação ao tráfico é de 3 a 10 anos de reclusão, além do pagamento de multa. No entanto, a lei permite a possibilidade de redução dessa pena, desde que o réu atenda a determinados requisitos, como ser primário e não integrar organizações criminosas.

O Projeto de Lei 620/24 propõe novas exigências para essa redução de pena, como não ter sido flagrado com grande quantidade de drogas, não portar arma e não cometer o crime em local de atuação de facção. Ainda assim, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que a redução de pena não pode ser afastada apenas pela natureza e quantidade da droga, sendo necessário analisar cada caso concreto.

Portanto, é crucial que os réus em crimes relacionados ao tráfico de drogas e associação ao tráfico contem com a assistência de advogados especializados, capazes de orientá-los sobre os benefícios legais disponíveis e adotar as estratégias mais adequadas para obter a redução da pena. Apenas com o apoio de profissionais capacitados, esses indivíduos poderão ter acesso aos seus direitos e minimizar as consequências de suas ações no âmbito do combate ao narcotráfico.

Padrão VieiraBraga

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