Recuperação judicial ou extrajudicial: Qual a diferença?

A pandemia e a crise econômica dos últimos anos levaram muitas empresas a enfrentar dificuldades financeiras e buscar alternativas para quitar suas dívidas. Nesse contexto, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial se tornaram opções comuns para reestruturar o passivo e viabilizar a continuidade das atividades empresariais. Apesar de terem o mesmo objetivo de socorrer empresas com problemas financeiros, os dois modelos possuem características e processos bem diferentes. A escolha entre eles depende da situação específica da empresa e das necessidades de cada caso.

Advogado para recuperação judicial

Principais pontos de atenção

  • A recuperação extrajudicial é regulamentada pela Lei nº 11.101/05 e envolve a aprovação de, no mínimo, 3/5 (60%) de todos os créditos de cada categoria a ser reestruturada.
  • Na recuperação judicial, é permitido incluir créditos trabalhistas e de acidentes do trabalho.
  • O prazo mínimo entre pedidos equivalentes é de 5 anos para recuperação judicial e de 2 anos para recuperação extrajudicial.
  • A recuperação extrajudicial se destaca por sua agilidade, menor burocracia e custos reduzidos.
  • É importante contar com especialistas em direito empresarial para decidir entre recuperação extrajudicial e recuperação judicial.

O que é recuperação judicial?

A recuperação judicial é um processo judicial que permite que empresas em dificuldades financeiras renegociem suas dívidas e se reestruturem, evitando a falência. Esse processo é regulamentado pela Lei de Recuperação de Empresas e Falências (Lei nº 11.101/2005) e é fundamental para empresas que desejam se manter ativas e solventes.

Principais características da recuperação judicial

Algumas das principais características da recuperação judicial incluem:

  • A empresa deve estar ativa e registrada há pelo menos 2 anos na junta comercial para se qualificar.
  • O pedido de recuperação judicial é feito diretamente ao Juízo de Falências e Recuperações Judiciais, sem necessidade de concordância prévia dos credores.
  • O processo permite a inclusão de créditos trabalhistas e de acidentes de trabalho.
  • Durante a recuperação judicial, a empresa pode solicitar a suspensão de execuções e pedidos de falência por 180 dias.
  • A empresa deve apresentar um plano de recuperação judicial detalhado, com proposta de pagamento das dívidas e medidas de reestruturação, que deve ser aprovado pelos credores e homologado pelo juiz.
  • Um administrador judicial é nomeado para fiscalizar a empresa durante todo o processo.

É importante ressaltar que, caso o juiz não aceite o pedido de recuperação judicial, ele pode decretar a falência da empresa.

recuperacao judicial

“A recuperação judicial é um recurso utilizado por empresas para evitar a falência e renegociar dívidas acumuladas durante crises financeiras.”

Recuperação judicial e falências

A recuperação judicial é uma alternativa importante para empresas com dificuldades financeiras mais complexas e que possuem um grande número de credores. Seu objetivo é evitar que a empresa entre em falência, permitindo sua reestruturação e a continuidade das atividades.

Se o plano de recuperação judicial não for aprovado ou se a empresa não conseguir cumprir as condições acordadas, o juiz decretará sua falência. Nesse caso, a empresa deverá fechar e vender seus ativos para pagar as dívidas. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a livraria Saraiva, que decretou autofalência após não conseguir cumprir com seu plano de recuperação judicial.

A recuperação judicial, portanto, visa impedir que a empresa entre em falência, permitindo sua reestruturação e a continuidade das atividades. Essa é uma alternativa importante para devedores com problemas financeiros complexos e que precisam de uma reestruturação de dívidas.

“A Lei nº 11.101 regula a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.”

Alguns dados importantes sobre a legislação brasileira:

  • A Lei não se aplica a empresas públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras públicas ou privadas, cooperativas de crédito, entre outras entidades listadas.
  • O deferimento da recuperação judicial suspende a prescrição e ações/execuções contra o devedor.
  • A suspensão de ações na recuperação judicial deve ocorrer por até 180 dias, prorrogáveis excepcionalmente.
  • O pedido de falência ou recuperação judicial impede novos pedidos com relação ao mesmo devedor.

Portanto, a recuperação judicial é uma importante ferramenta para empresas em dificuldades financeiras, permitindo sua reestruturação e a continuidade de suas atividades.

Conclusão

Tanto a recuperação extrajudicial quanto a recuperação judicial representam alternativas legais para empresas em dificuldades financeiras no Brasil. A escolha entre elas depende da situação específica da empresa e de suas necessidades. Enquanto a recuperação extrajudicial se destaca por sua agilidade, menor burocracia e custos reduzidos, a recuperação judicial oferece maior proteção aos credores e inclui ações específicas, como a suspensão de pedidos de falência e a possibilidade de inclusão de créditos trabalhistas.

Independentemente da opção escolhida, é fundamental que as empresas em crise busquem assessoria jurídica especializada para identificar a melhor alternativa e garantir sua recuperação econômica e a continuidade de suas atividades. Com a devida orientação legal, as empresas em dificuldades podem encontrar soluções eficazes para reestruturar suas dívidas e se manter no mercado.

Diante do cenário de mais de 5.200 pedidos de recuperação judicial feitos no Brasil em 2022 e das recentes alterações na Lei de Recuperação Judicial, é essencial que as empresas estejam atentas às suas opções e busquem o apoio necessário para superar os desafios financeiros e operacionais.

Padrão VieiraBraga

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