Falência empresarial: O que fazer quando não há mais alternativas?

Diante de uma situação de falência empresarial, é importante entender as opções disponíveis para empresas em dificuldades financeiras. A legislação brasileira prevê instrumentos como a recuperação judicial e a falência, regulados pela Lei nº 14.112/2020, para que uma empresa possa pagar seus credores da forma mais rápida e justa possível e, em alguns casos, voltar ao mercado. Independentemente da situação, é fundamental buscar orientação profissional junto a um advogado especialista na área antes de tomar qualquer medida.

Advogado empresarial

Principais pontos de aprendizagem

  • A Lei nº 14.112/2020 regula os processos de recuperação judicial, extrajudicial e falência de empresas no Brasil.
  • A recuperação judicial e a falência são instrumentos legais que permitem que uma empresa pague seus credores de forma rápida e justa.
  • A reestruturação de dívidas e a preservação de empregos são alguns dos objetivos da recuperação judicial.
  • A falência é considerada a última opção, quando não há mais alternativas para a empresa.
  • É essencial buscar orientação de um advogado especialista antes de tomar qualquer decisão sobre recuperação judicial ou falência.

O que é recuperação judicial e falência?

A recuperação judicial é um recurso adotado por empresas quando existem reais possibilidades de retorno ao mercado, apesar das dificuldades financeiras atuais. Trata-se de um acordo entre credores e devedores para buscar soluções consensuais, permitindo que a empresa saia das dificuldades, salde seus compromissos e retome suas atividades. Existem duas modalidades de recuperação: extrajudicial, sem interferência direta do Judiciário, e judicial, com a interferência da Justiça.

Motivos que levam à recuperação ou falência

Diversos fatores podem levar uma empresa à necessidade de recuperação judicial ou mesmo à falência. Entre eles, destacam-se a má gestão, a ausência de fiscalização financeira, e outras instabilidades que podem comprometer a saúde financeira da organização.

  • A recuperação judicial visa evitar a falência da empresa, oportunidade de renegociar dívidas, visando o interesse dos credores.
  • A falência ocorre quando a empresa torna-se insolvente, impossibilitando o cumprimento de suas obrigações.
  • A recuperação judicial sob a lei 11.101/2005 visa superar a crise econômico-financeira do devedor, mantendo a atividade empresarial e preservando a empresa.

“A recuperação judicial é uma forma de manutenção da atividade empresarial, com necessidade de representação por advogado especializado.”

O processo de recuperação judicial estabelece um período de 180 dias para a suspensão das obrigações de pagamento da empresa. Nesse período, a empresa deve apresentar um plano detalhado com proposta de pagamento das dívidas e a avaliação atualizada dos ativos, que deve ser aprovado pela maioria simples dos credores.

Recuperação judicial e falências

A lei nº 11.101 de 9 de fevereiro de 2005 regula a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Essa lei não se aplica a empresas públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras, cooperativas de crédito, entre outras entidades equiparadas.

No processo de recuperação judicial, a empresa em crise elabora um plano de recuperação aos credores, pedindo o refinanciamento de suas dívidas e apresentando as falhas que a levaram àquela situação e como pretende corrigi-las. Os credores podem exigir alterações no plano de recuperação e, se aceitarem, a Justiça suspende, por 180 dias, todas as ações de cobrança contra a empresa. Caso os devedores não aceitem fazer as modificações propostas, a Justiça poderá decretar a falência da empresa.

A decretação da falência suspende a prescrição e ações em face do devedor. Durante o processo de recuperação judicial ou falência, há suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor. No entanto, as execuções fiscais não são suspensas na recuperação judicial, mas é possível o parcelamento segundo o Código Tributário Nacional.

Recuperação judicial

A distribuição do pedido de falência ou recuperação judicial previne a jurisdição para outros pedidos relativos ao mesmo devedor. Além disso, a lei não demanda a apresentação prévia de habilitação ou divergência na fase administrativa para que um credor possa impugnar a lista de credores judicialmente.

Falência: O último recurso

A falência deve ser vista como a última opção para uma empresa em dificuldades, pois traz consequências graves tanto para a própria empresa quanto para seus sócios e proprietários. Com a decretação da falência, a pessoa jurídica da empresa é declarada extinta, ficando esta e seus sócios ou proprietários inabilitados.

Consequências da falência

Todos os atos praticados pela empresa falida após a declaração de falência poderão ser anulados pela Justiça, e o devedor declarado falido ficará impedido de exercer qualquer atividade empresarial até a finalização do processo. Além disso, a falência empresarial pode acarretar a dissolução de empresas e a liquidação judicial, afetando diretamente os credores e devedores e colocando em risco a preservação de empregos.

“A falência deve ser encarada como o último recurso, pois traz consequências graves tanto para a empresa quanto para seus sócios e proprietários.”

É importante ressaltar que a falência não significa necessariamente o fim de uma empresa. Muitas vezes, ela pode ser a melhor opção para reorganizar a situação financeira e retomar as atividades de forma sustentável. No entanto, é crucial que os empresários estejam cientes das implicações e busquem alternativas antes de chegar a esse ponto.

Portanto, a falência deve ser encarada como o último recurso, quando todas as outras opções de recuperação judicial ou extrajudicial já foram esgotadas. É fundamental que os empresários estejam atentos aos sinais de dificuldades financeiras e busquem soluções tempestivamente, a fim de evitar os efeitos devastadores da falência.

Conclusão

Diante de uma crise financeira, é essencial que empresários e sociedades empresárias estejam atentos às opções disponíveis na legislação brasileira para recuperar suas empresas ou fechar seus negócios de forma justa e eficiente. A recuperação judicial e a falência são instrumentos previstos na Lei nº 14.112/2020 que podem auxiliar nesse processo, mas a orientação de um advogado especialista na área de recuperação judicial e falências é fundamental para tomar a melhor decisão.

Independentemente do caminho escolhido, é crucial priorizar a preservação de empregos e o pagamento justo aos credores. Além disso, as recentes alterações na legislação, como a possibilidade de apresentação de plano de recuperação pelos próprios credores e a desburocratização do processo de alienação de bens na falência, têm tornado esses procedimentos mais flexíveis e acessíveis às empresas em dificuldades.

Portanto, diante de uma crise financeira, é imprescindível que os empresários busquem orientação jurídica especializada para avaliar suas opções de reestruturação de dívidas e plano de recuperação, evitando assim a falência empresarial e a dissolução de suas empresas. Dessa forma, eles poderão navegar com segurança pelo processo de insolvência, priorizando a proteção dos interesses de credores e devedores.

Padrão VieiraBraga

Links de Fontes

Related Posts

Leave a Reply