Em tempos de negócios quebrados durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, nem sempre a saída judicial é a maneira mais prudente de honrar compromissos com credores e reiniciar um negócio. Apesar do aumento no prazo previsto pelo Projeto de Lei 1.397/20, a recuperação judicial é um processo mais oneroso e burocrático, que o empreendedor deve avaliar cuidadosamente antes de optar por essa alternativa. Este artigo irá explorar as diferentes opções disponíveis para empresas em dificuldades financeiras, incluindo a recuperação extrajudicial e outras formas de reestruturação de dívidas e reestruturação societária.

Principais destaques
- A recuperação judicial é um procedimento legal conforme a Lei 11101 de 2005.
- A recuperação judicial não é uma medida de prevenção, mas a última alternativa quando outras soluções falharam.
- O processo de recuperação judicial pode ser demorado devido à participação e aprovação dos diferentes credores envolvidos.
- A negociação extrajudicial de dívidas pode proporcionar descontos interessantes e soluções mais rápidas do que a recuperação judicial.
- A reestruturação societária, como a entrada de novos sócios ou mudança de regime tributário, pode ser vantajosa para melhorar a saúde financeira da empresa.
O que é recuperação judicial e qual sua importância?
A recuperação judicial é um procedimento legal previsto na Lei 11.101/2005, que visa oferecer meios de recuperação a empresas que passam por dificuldades financeiras, a fim de evitar a falência. Nesse processo, a empresa solicita a intervenção do Poder Judiciário, apresenta um plano de recuperação financeira detalhado e tem 180 dias (podendo ser estendido por mais 120 dias com o PL 1.397/20) para renegociar suas dívidas com credores. Durante esse período, as cobranças e execuções judiciais ficam suspensas. O plano de recuperação deve ser aprovado pelos credores, que têm poder de decisão sobre sua viabilidade. Caso aprovado, a empresa coloca o plano em prática para tentar se reestruturar e continuar operando.
Entendendo o processo de recuperação judicial
Empresas optam pela recuperação judicial quando enfrentam dificuldades financeiras que ameaçam sua capacidade de operar, pagar dívidas e custos do dia a dia. Esse mecanismo legal é uma alternativa à falência, pois permite que a empresa continue funcionando e exercendo sua função social de gerar empregos, pagar impostos e manter a circulação de bens e serviços. Ao entrar com o pedido de recuperação judicial, a empresa busca renegociar suas dívidas e implementar um plano de reestruturação que viabilize a continuidade do negócio. Esse processo é especialmente importante em momentos de crise econômica, como o causado pela pandemia de COVID-19, quando muitas empresas enfrentam um cenário de queda de vendas e acúmulo de dívidas.
Por que empresas optam pela recuperação judicial
A recuperação judicial é uma alternativa importante para empresas que enfrentam dificuldades financeiras e buscam preservar seus negócios e empregos. Ao iniciar esse processo, a empresa tem a oportunidade de renegociar suas dívidas com credores, implementar um plano de reestruturação e dar continuidade às suas atividades, evitando a falência.
Recuperação judicial
Apesar de ser uma alternativa preferível à falência, a recuperação judicial ainda é um processo judicial complexo, com diversos custos e burocracias envolvidos. Algumas das principais vantagens desse processo incluem a suspensão de cobranças e execuções judiciais durante o período de renegociação, a possibilidade de renegociar dívidas com credores e a continuidade das atividades da empresa. Contudo, existem também desvantagens, como os altos custos com advogados e a necessidade de apresentar diversos documentos comprovando a necessidade da recuperação. Além disso, o processo pode ser lento e envolver a ingerência de um administrador judicial nomeado pelo tribunal.
Vantagens e desvantagens da recuperação judicial
Algumas das principais vantagens da recuperação judicial incluem:
- Suspensão de cobranças e execuções judiciais durante o período de renegociação
- Possibilidade de renegociar dívidas com credores
- Continuidade das atividades da empresa
Por outro lado, as desvantagens envolvem:
- Altos custos com advogados
- Necessidade de apresentar diversos documentos comprovando a necessidade da recuperação
- Processo lento e com ingerência de um administrador judicial
Impacto da recuperação judicial para acionistas
Para os acionistas de empresas que entram em recuperação judicial, o principal impacto é a forte queda no preço das ações. Isso ocorre devido ao receio de que a empresa venha a quebrar, o que gera incerteza sobre o seu futuro. No entanto, a recuperação judicial não significa necessariamente a falência da empresa. Alguns investidores mais arrojados, inclusive, aproveitam o baixo preço das ações para comprar, apostando na recuperação da companhia. Durante o processo de recuperação judicial, a empresa fica impedida de pagar dividendos aos acionistas até que o plano seja aprovado. Portanto, o investidor precisa estar atento aos indicadores financeiros da empresa e acompanhar de perto o andamento do processo, a fim de avaliar os riscos e oportunidades.

“É importante que o empresário avalie com cautela se a recuperação judicial é realmente a melhor opção para sua empresa.”
Conclusão
Diante das dificuldades financeiras enfrentadas por muitas empresas, a recuperação judicial pode ser uma alternativa para evitar a falência. No entanto, trata-se de um processo oneroso e burocrático, que nem sempre é a melhor opção. Antes de optar pela recuperação judicial, o empreendedor deve avaliar cuidadosamente outras alternativas, como a negociação direta com credores, a reestruturação societária e a melhoria da gestão financeira do negócio.
A escolha da melhor estratégia dependerá da situação específica de cada empresa e deve contar com o assessoramento de profissionais especializados em direito empresarial e recuperação de empresas. O importante é agir com cautela e encontrar a solução mais adequada para preservar a continuidade do negócio e os empregos gerados.
Embora a recuperação judicial possa ser uma opção viável em alguns casos, ela não é a única alternativa disponível. Cabe aos empreendedores analisar cuidadosamente sua situação financeira e adotar as medidas necessárias para superar as dificuldades, mantendo a saúde financeira e a competitividade de suas empresas.

Links de Fontes
- https://ber.adv.br/blog/a-recuperacao-judicial-pode-nao-ser-a-melhor-alternativa-para-sua-empresa/
- https://investalk.bb.com.br/noticias/quero-aprender/o-que-e-recuperacao-judicial-e-qual-o-impacto-nas-acoes
- https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-recuperacao-judicial-e-como-solicitar,a250c76f039d3710VgnVCM1000004c00210aRCRD
- https://investnews.com.br/guias/recuperacao-judicial/
- https://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/recuperacao-judicial-empresarial.htm
- https://recuperacaojudicialesdeva.com.br/perguntas-frequentes/
- https://www.projuris.com.br/blog/recuperacao-judicial/
- https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-01/agencia-brasil-explica-etapas-da-recuperacao-judicial
- https://fia.com.br/blog/recuperacao-judicial/