A discussão sobre os direitos do trabalhador em casos de assédio moral no trabalho é de suma importância para a promoção de um ambiente saudável e respeitoso. O assédio moral é caracterizado por condutas abusivas que não apenas afetam a dignidade do trabalhador, mas também sua saúde mental e emocional. Em um cenário em que cerca de 70% das empresas no Brasil já receberam denúncias relacionadas a essa prática, compreender os direitos do trabalhador se torna imprescindível.

É fundamental que as vítimas conheçam a legislação sobre assédio moral e as formas de como combater o assédio moral no ambiente de trabalho. As leis garantem que todo trabalhador tenha o direito a um espaço laboral livre de humilhações e violências. O escritório Vieira Braga Advogados se destaca na orientação sobre como os trabalhadores podem se defender e assegurar a implementação de ações que visem a erradicação do assédio moral nas empresas.
Principais pontos
- Assédio moral no trabalho é a denúncia mais feita no Brasil.
- A legislação brasileira ampara o direito à indenização por danos morais.
- A Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral foi instituída em 2019.
- 75,4% das denúncias têm como alvo os líderes.
- A conscientização sobre assédio moral é necessária nas empresas.
O que é assédio moral no trabalho?
O assédio moral no trabalho é um fenômeno alarmante que afeta inúmeros trabalhadores. Esse tipo de violência psicológica envolve condutas abusivas, levando indivíduos a situações de humilhação e sofrimento contínuo. Quando se fala sobre o que é assédio moral, é importante reconhecer que ele se caracteriza por ações reiteradas que comprometem a dignidade da pessoa. Os impactos desse comportamento não se restringem apenas à vítima, mas reverberam por toda a empresa, afetando o ambiente organizacional.
Definição e características
O assédio moral pode manifestar-se de diversas formas, como vertical descendente, vertical ascendente, horizontal e misto. O assédio vertical descendente, onde um supervisor agredido um subordinado, é o tipo mais comum. Dados indicam que 52% dos trabalhadores brasileiros já sofreram algum tipo de assédio moral. Para muitos, o silêncio predomina; um preocupante 87,5% dos afetados não denunciaram a prática. Essa cultura de omissão permite que essa violência psicológica persista.

Consequências do assédio moral
As consequências do assédio moral são profundas e variadas. Dentre os danos à saúde mental, frequentemente ocorrem transtornos depressivos e ansiosos, além de aumentar o risco de suicídio em casos extremos. Um ambiente de trabalho marcado por assédio resulta em uma qualidade deficiente dos processos e serviços, além de promover a falta de comprometimento dos funcionários. Isso prejudica diretamente a produtividade e pode trazer custos inesperados para as empresas, como perda de talentos e dificuldade na atração de novos profissionais.
A violência psicológica não só prejudica os trabalhadores individuais, mas afeta o clima organizacional como um todo. Empresas que negligenciam essa questão podem enfrentar sanções e multas, o que sublinha a importância da prevenção do assédio moral. A implementação de um Canal de Denúncias estruturado se mostra essencial para a identificação e prevenção dessa prática prejudicial, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e respeitoso.
Direitos do trabalhador em caso de assédio moral no trabalho
A legislação sobre assédio moral no Brasil tem avançado para garantir a proteção dos trabalhadores. A Lei 14.457/22 introduziu medidas que visam prevenir e combater essa prática, tornando as empresas responsáveis por criar ambientes saudáveis de trabalho. Essa legislação estabelece obrigações claras, como a necessidade de implementar Canais de Denúncias e promover a conscientização entre os colaboradores. Tais diretrizes tornam o papel do RH no combate ao assédio moral fundamental, pois são eles que devem garantir a implementação das políticas necessárias.
Legislação sobre assédio moral
A Lei 14.457/22 trouxe um foco significativo na proteção principalmente das mulheres contra o assédio no ambiente de trabalho. A criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA) é obrigatória para empresas com grau de risco 3 e 4 quando possuem 20 ou mais funcionários. Para aquelas com grau de risco 1 e 2, a cipa é exigida a partir de 51 funcionários. A não conformidade pode acarretar multas que variam de R$ 1.200,30 a R$ 3.494,50 por trabalhador. Além disso, demissões que desconsideram essa legislação podem resultar em indenizações superiores a 100% do último salário recebido.
Como denunciar assédio moral?
Trabalhadores que enfrentam situações de assédio moral têm o direito de formalizar suas reclamações. É importante documentar todas as ocorrências de assédio e buscar os canais de denúncia estabelecidos dentro da empresa. A maioria das vítimas, porém, hesita em buscar reparação legal, acreditando que este tipo de situação é comum. É essencial que as empresas criem formas de combater o assédio moral através de treinamentos, sensibilização e acolhimento, permitindo que os colaboradores se sintam seguros ao reportar abusos.
As pessoas também perguntam:
Qual o valor da multa por assédio moral no trabalho?
O valor da multa por assédio moral no trabalho pode variar dependendo da gravidade do caso e da decisão judicial. Não existe um valor fixo, mas o assédio moral pode resultar em uma indenização que leva em conta os danos sofridos pela vítima, como sofrimento psicológico, e o impacto na vida profissional e pessoal. Em alguns casos, a indenização pode ser significativa, podendo alcançar valores que variam de alguns milhares a dezenas de milhares de reais, dependendo do contexto do assédio e das circunstâncias envolvidas. A decisão final fica a cargo do juiz, que analisará as provas e os prejuízos causados ao trabalhador.
Quanto posso pedir de indenização por assédio moral?
O valor da indenização por assédio moral varia dependendo de diversos fatores, como a intensidade do assédio, o tempo de ocorrência, as provas apresentadas e o impacto na saúde emocional e psicológica da vítima. Não há um valor fixo, mas a indenização pode variar de alguns mil reais a valores mais altos, podendo chegar a dezenas de milhares de reais. O juiz avaliará o caso de forma individualizada, levando em consideração os danos causados, a extensão do sofrimento e a conduta da empresa. Em casos de agravamento psicológico, como transtornos emocionais graves, o valor tende a ser maior.
Como juntar provas de assédio moral no trabalho?
Juntar provas de assédio moral no trabalho pode ser feito através de documentos como e-mails ou mensagens, além de depoimentos de colegas que testemunharam os fatos. Manter um diário detalhado com datas e descrições dos episódios também é importante. Se houver impacto na saúde, laudos médicos podem ser úteis. Gravações, se permitidas pela lei, também podem servir como evidência.
Conclusão
Em síntese, o assédio moral no trabalho representa uma grave violação dos direitos do trabalhador, comprometendo sua saúde mental e dignidade. Com cerca de 20% dos trabalhadores relatando experiências de assédio, o impacto é profundo, afetando não apenas a produtividade, que pode cair até 80%, mas também a vida social e familiar de muitos. A conscientização sobre essa questão é crucial, pois estudos revelam que aproximadamente 75% das vítimas não denunciam o assédio por medo de retaliação ou pela falta de suporte adequado.
A implementação de legislações como a Lei 14.457/22 é um passo fundamental na luta contra o assédio moral, mas é igualmente imprescindível que empresas e funcionários trabalhem em conjunto para promover ambientes seguros e saudáveis. Estudos mostram que 70% das empresas que adotaram políticas antiassédio observaram uma diminuição significativa nos casos relatados. Isso reflete a necessidade de um compromisso coletivo para o combate ao assédio moral e para a proteção dos direitos do trabalhador.
O papel de profissionais como os do escritório Vieira Braga Advogados é essencial nesse cenário, pois podem orientar e apoiar trabalhadores em suas reivindicações, garantindo que seus direitos sejam respeitados. Combater o assédio moral não é apenas uma questão legal, mas também uma pauta de responsabilidade social que deve ser priorizada em todos os ambientes de trabalho.

Links de Fontes
- https://www.tre-rr.jus.br/institucional/assedio-e-discriminacao-no-trabalho/assedio-moral-no-trabalho
- https://www.conjur.com.br/2019-jun-28/reflexoes-trabalhistas-assedio-moral-trabalho-responsabilidade-empregador/
- https://www.contatoseguro.com.br/blog/tudo-sobre-assedio-moral-no-trabalho/
- https://www.cut.org.br/noticias/saiba-quais-situacoes-se-configuram-assedio-moral-no-trabalho-e-como-se-defender-687d
- https://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/assediomaoralesuaprevenotrilho1_2.pdf
- https://www.contatoseguro.com.br/blog/lei-14457-22-assedio-moral-ambiente-de-trabalho/
- https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8980762&disposition=inline
- https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/assedio-moral-no-ambiente-de-trabalho-definicoes-e-consequencias.htm
- https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A79HS3/1/tcc_ass_dio19072010mariselucas.pdf