Como recorrer contra uma execução fiscal?

A execução fiscal é o processo utilizado pela Fazenda Pública com o objetivo de ver satisfeito um crédito fazendário, seja ele de natureza tributária ou não tributária. Quando o contribuinte encontra-se inadimplente, a execução fiscal visa promover a “reversão” desta inadimplência, por meio da expropriação do patrimônio do sujeito passivo para satisfação da dívida pendente. No entanto, é possível ao contribuinte opor resistência a este processo, seja por meio da exceção de pré-executividade ou dos embargos à execução. Estes instrumentos diferenciam-se em diversos aspectos, sendo a exceção de pré-executividade geralmente preferível por dispensar a prévia prestação de garantia.

Advogado tributário

Principais destaques

  • A Lei Federal 6.830/80 rege as execuções fiscais no Brasil.
  • Embargos e exceção de pré-executividade são meios de resistência disponíveis ao contribuinte.
  • A exceção de pré-executividade requer prova documental irrefragável, enquanto os embargos demandam garantia do cumprimento da obrigação questionada.
  • Em caso de rejeição da exceção de pré-executividade, o recurso de agravo de instrumento pode ser acionado.
  • A escolha entre embargos e exceção de pré-executividade pode depender da forma como as partes atuam no processo.

Processo de execução fiscal

A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e autarquias é regida pela Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, também conhecida como a Lei de Execução Fiscal (LEF). Essa lei estabelece um procedimento padrão para a execução de valores devidos ao Estado, abrangendo tanto dívidas tributárias quanto não tributárias.

Objetivo e escopo da execução fiscal

O processo de execução fiscal tem como objetivo principal a cobrança de créditos fazendários, incluindo tanto dívidas tributárias quanto dívidas não tributárias. Esse processo visa a “reversão” da inadimplência e a satisfação do crédito pendente, normalmente por meio da expropriação do patrimônio do sujeito passivo.

Meios de resistência: Exceção de pré-executividade e embargos

Embora a execução fiscal vise a satisfação do crédito fazendário, o contribuinte pode oferecer resistência por meio de dois principais instrumentos:

  • Exceção de Pré-Executividade: Essa ferramenta dispensa a prévia prestação de garantia e permite que o juiz analise eventuais irregularidades na pretensão executiva, determinando sua regularização ou a extinção do processo.
  • Embargos à Execução: Apesar de também visarem a contestação da execução, os embargos exigem a prévia garantia do juízo e admitem uma maior amplitude de matérias, inclusive aquelas que demandam dilação probatória.

Portanto, o processo de execução fiscal é um mecanismo utilizado pela Fazenda Pública para a cobrança de créditos, mas o contribuinte possui instrumentos de defesa para contestar a execução, como a exceção de pré-executividade e os embargos.

Execuções fiscais: Entendendo o recurso cabível

Nas execuções fiscais, é essencial compreender qual o recurso adequado a ser interposto diante da sentença proferida. Em regra geral, a apelação é o recurso cabível. No entanto, a Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80) estabelece algumas exceções a essa regra.

De acordo com o artigo 34 da referida lei, em execuções fiscais cujo valor seja igual ou inferior a 50 Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN), atualmente equivalente a aproximadamente R$ 1.260,66, somente são admitidos os embargos infringentes como recurso.

Ainda, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento de que, mesmo nos casos de reunião de execuções fiscais, o valor de alçada deve ser analisado individualmente em cada processo de execução, não sendo possível somar os valores para fins de definição do recurso cabível.

“O questionamento sobre a limitação de acesso ao Judiciário em execuções de baixo valor é abordado na doutrina, mas a restrição de recursos foi mantida.”

Essa distinção entre o valor da execução fiscal é crucial para a determinação do recurso adequado. Enquanto nas execuções de valor superior a 50 ORTN cabe a apelação, nas de valor igual ou inferior a esse limite, somente os embargos infringentes são admitidos.

Recursos em execução fiscal

Compreender essas nuances é fundamental para garantir a correta interposição do recurso e, consequentemente, o acesso à revisão da decisão proferida na execução fiscal.

Conclusão

As execuções fiscais representam uma realidade significativa no cenário jurídico brasileiro, com milhões de processos em andamento e envolvendo valores expressivos. Diante desse cenário, é fundamental que o contribuinte esteja ciente dos instrumentos de defesa disponíveis, como a exceção de pré-executividade e os embargos à execução.

A escolha do recurso adequado é crucial, devendo-se observar o valor da execução fiscal para definir se cabe apelação ou embargos infringentes. Além disso, é importante compreender que, mesmo na hipótese de reunião de execuções fiscais, o valor de alçada é analisado individualmente em cada processo, e não pelo somatório dos valores.

Dada a complexidade do tema, a contratação de um advogado especializado em direito tributário, como os profissionais da Vieira Braga Advogados, torna-se essencial para orientar a melhor estratégia jurídica e garantir a defesa mais eficaz dos interesses do contribuinte.

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